Centralização e Fragmentação nas independências da América Latina
Os
territórios americanos foram colonizados a partir de meados do século XV até o
século XIX, no entanto, existiram modelos diferentes de domínio. A América
Espanhola ocupava um território longo, do atual México até a Patagônia, estes
territórios estavam fragmentados em áreas administrativas denominadas
vices-reinos e/ou capitanias gerais que ser reportavam diretamente a coroa
espanhola.
Já o Brasil, América
Portuguesa, desde a segunda metade do século XVI tinha um Governo Geral, que
centralizava a administração local, as províncias de São Paulo, Pernambuco, Rio
de Janeiro, dentre outras, respondiam ao Governador Geral e este se reportava a
coroa portuguesa.
Territorial
e administrativamente diferentes, as Américas portuguesa e espanhola terão
processos distintos de independência.
O Brasil terá, em 7 de
setembro de 1822, sua liberdade proclamada por Dom Pedro I, que era o príncipe
regente português, e este terá o trabalho de controlar algumas rebeliões de
províncias que queriam permanecer vinculadas a Portugal como: Bahia, Maranhão e
Pará.
Já América Espanhola vai ter
o processo conduzido pelos, criollos,
filhos de espanhóis nascidos na América, gente que tinha riquezas, mas não o
poder político, porque este o rei espanhol só concedia a espanhóis puros, os chamados
chapetones. Os grupos populares,
formados por índios, mestiços e negros, apoiaram os criollos na luta pela independência acreditando que isso os
libertaria dos trabalhos compulsórios, mal remunerados e exploratórios na
agricultura ou nas minas de prata do que eram exploradas no continente.
Neste contexto duas figuras
icônicas despontam, José de San Martin e Simon Bolívar, os libertadores da
América, o primeiro lutou na Argentina, Peru e Chile, o segundo na Colômbia,
Bolívia, Equador, Venezuela, Panamá e Peru. O que diferenciava Martin de
Bolívar eram os projetos que ambos tinham para a América, San Martin defendia a
idEia de um governo centralizado e forte, uma monarquia com reis europeus para
legitimar os novos países, Simon Bolívar queria formar a República da Grande
Colômbia unindo os territórios americanos de maneira federativa.
O que não ocorreu dentre outros,
pelos seguintes motivos:
•
Climas remotos: a
vastidão da colonização espanhola, que se estendia desde a atual Flórida
estadunidense até o Chile, diferenças climáticas estabelecidas por uma
geografia continental.
•
Situações diversas: a
lealdade de algumas regiões à monarquia espanhola e aos diferentes processos de
independência já iniciados antes de 1815, como o do Paraguai e o do México.
•
Interesses opostos: as
elites coloniais espanholas eram diversas e que algumas delas dependiam do
comércio metropolitano, outras se voltavam para a exportação de produtos
agrícolas como cacau, café, couro e cana. Havia desejos opostos entre
federalismo e centralização do poder.